quinta-feira, 31 de maio de 2012

Rabat - A cidade do Rei


Para abrir o apetite, que tal uma coca-cola? 

Amo coca-cola de garrafa, a marroquina então... Um Charme!  Vamos ao Tajime, eu já tinha pesquisado tudo sobre ele. Este recipiente de barro que mantém o cuscuz marroquino aquecido e com um sabor fenomenal. A aparência já abre o apetite, o cheirinho então... Viciei! Não quis outra vida no Marrocos, carne de cordeiro, verduras, legumes e cuscuz eram figurinhas carimbadas no meu cardápio.

As ruas de Casablanca, o nome faz jus à cidade BRANCA. É muito interessante esta concepção dos prédios do Marrocos, as cidades tem sua cor determinada, a Fes vermelha, Rabat verde...

Rabat, capital administrativa do Marrocos, posso dizer que foi amor à primeira vista.
Rabat é linda, imponente e poderosa. Ver o palácio real é pensar que Aladim vai surgir voado e um tapete a qualquer momento.

O Marrocos é um país monárquico, e tem uma história política um pouco conturbada. Diferentes dinastias, já foi colônia francesa (por isso o segundo idioma do Marrocos é o francês). Um detalhe que nos marcou é a veneração do povo pelo Rei. Em todas as lojas, até nas “birosquinhas” tem um retrato do dito cujo: Rei Mohammed VI .

O Marrocos tem uma das mais antigas monarquias do mundo, fundada há doze séculos.  Toda esta história é preservada pelas cidades imperiais. Em cada monarquia instituída, uma cidade era escolhida para ser a sede do reino, atualmente Rabat é o centro político do país, com isso notasse a diferença na estrutura e preservação da cidade. Exemplo: Mausoléu de Mohamed V, Torre Hassan, palácio real do Rei Mohammed VI e forte Kasbah des Oudaïas (o lugar mais lindo do Marrocos).
Quando chegamos ao Mausoléu de Mohammed V percebemos a quantidade de marroquinos visitando o túmulo do antigo Rei, devido ao Ramadã. 

Ficamos encantados com as famílias, passeando em torno das pilastras e Renato até interagiu com um grupo de crianças e mulheres (ajudando a depredar os monumentos) Vejam na foto abaixo:

 Curiosidade sobre o Rei: No Marrocos a constituição permite a poligamia, porem o Rei só tem uma esposa, será por qual motivo amigos? Senti firmeza nesta rainha!


O palácio do Rei Mohammed VI 
Mas vamos falar sobre o forte Kasbah des Oudaïas, feche os olhos e imagine estar dentro do filme Lawrence da Arábia.

Em 1916, em plena I Guerra Mundial, o jovem tenente do exército britânico estacionado no Cairo pede transferência para a península arábica, aonde vem a ser oficial de ligação entre os rebeldes árabes e o exercito britânico, aliados contra os turcos, que desejavam anexar ao seu Império Otomano a península arábica. Lawrence, admirador confesso do deserto e do estilo de vida beduíno, oferece-se para ajudar os árabes a se libertarem dos turcos.
O filme mostra quatro episódios principais da vida de Lawrence durante a sua estada na Arábia: a conquista de Aqaba; o seu rapto e tortura pelos turcos em Deraa; o massacre de Tafas; e o fim do sonho árabe de Damasco.

Visualizem a cena:
Um rio divide duas cidades: Rabat e Sale unidas pela história.

O Berço de um grande império, cidades fortificadas contra piratas e corsários, por detrás das muralhas uma cidade branca e azul, aquelas ruelas, com grandes Riads (palácios marroquinos) e jardins. Voltamos no tempo, em meu “Dejavu Marroquino” tive a nítida impressão de já ter andado por aquelas ruas. Uma sensação que não sei explicar.


Preciso contar algo importante a vocês, os Riads são grandes muros com uma porta enorme, não temos a mínima noção do que tem dentro... Os marroquinos tem o hábito de não ostentar riqueza, andam a pé e sem luxos, porem dentro de suas casas eles desfrutam de todo conforto. Sábios não?

Em Rabat as pessoas são bonitas, é o que eu sonhei que seria o Marrocos... Foi mágico!
Ficamos em um hotel de sonho, inseridos integralmente nas 1001 noites... “Les Jardim de La Tour” – Recomendo intensamente!


Depois de tanto luxo, baterias recarregadas... Que tal um calor sem sombra de 55° graus?
Próxima parada: Volubilis!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Circulando Por Casablanca


Circulando por Casablanca

Casablanca é uma grande cidade, muitos carros, outdoors. Sentimos aquela sensação de anos 90, com certeza a modernidade esta vindo de bonde... Mas a grande diferença esta no povo. O homem marroquino não anda de camiseta e tênis (salvo alguns jovens), as roupas são do estilo... “Achei no Brechó, viu o defunto não era menor” e as mulheres... Nossa elas flutuam com as burkas (apenas a face exposta, outras nem isso), elas andam em bando, sempre com muitas crianças faladeiras ao redor, são super-reservadas, e olham pra nós com aquela curiosidade de... “Será que morde?”. 

A verdade é que o período em que estive no Marrocos, senti que estava em um universo paralelo. Hoje compreendo certas coisas que não consegui entender enquanto estive lá.

Acho que maior lição que aprendi foi que a cultura é variável, temos que aceitar as diferenças e tolerar as manias do anfitrião. Então amigos, descobri que cai de paraquedas em terras Marroquinas no período do Ramadã. E isso me causou alguns transtornos no decorrer desta viagem.
Ramadã, também grafado Ramadan (em árabe رَمَضَان) é o nono mês do calendário islâmico. É o mês durante o qual os muçulmanos praticam o seu jejum ritual (suam, صَوْم), o quarto dos cinco pilares do Islão (arkan al-Islam);
A palavra Ramadão encontra-se relacionada com a palavra árabe ramida, “ser ardente”, possivelmente pelo fato do Islão ter celebrado este jejum pela primeira vez no período mais quente do ano.
Neste período, é um tempo de renovação da , da prática mais intensa da caridade, e vivência profunda da fraternidade e dos valores da vida familiar. Neste período pede-se ao crente maior proximidade dos valores sagrados, leitura mais assídua do Alcorão, frequência à mesquita, correção pessoal e autodomínio.
É o único mês mencionado pelo nome, por Deus, no Alcorão.
Com isso, os marroquinos ficam todo o dia em jejum, não trabalham, não bebem água, até o sol se pôr. Detalhe: O Sol se põe às oito horas da noite. Na minha ignorância ansiosa pelas medinas, souks e mercados, fiquei indignada com tal prática. Hoje vejo a experiência impar que vivi, de estar em um período sagrado, de peregrinações e de grandes encontros com Alah (Deus).

De Casablanca a Fes fui descobrindo as cores do Marrocos, os cheios e a vibração. Rodar o mundo é encontrar Deus. Acho que em cada viagem, tenho uma renovação deste encontro... A Pluralidade Cultural do Ser Humano é seu maior tesouro.

Voltando a Casablanca, o primeiro lugar que fomos... O Hotel Clássico, emblemático de Casablanca. Onde os atores ficaram hospedados durante o processo de pesquisa do filme.

Detalhe: Casablanca foi todo filmado em Hollywood. Todos os cenários eram réplicas.
Antes que vocês me perguntem, não foi bomba! Foi o tempo... Falta de manutenção. O prédio é importante pra nós ocidentais, não pra eles marroquinos. Foi impactante perceber isso!
 Em frente às ruínas do hotel, tem a replica do Rick Café. Um charme!

Entramos no mercado... O cheiro, as cores, o falatório, o pescado... Simplesmente perfeito!





Quer conhecer o povo de verdade, veja como ele come e foi isso que fizemos em Casablanca. Nunca vi tanta variedade de frutas e verduras, todas lindas cheirosas. Outro lugar que amei foi a Medina, organizada, bonita, arquitetada perto do centro administrativo. As telas expostas, os tecidos, os tapetes... Veio na mente Sherazade e Suas Histórias das Mil e Uma Noites - minha princesa predileta.
Sobre Sherazade:
Schahriar, rei da Pérsia, vitimado pela infidelidade de sua mulher, mandou matá-la e resolveu passar cada noite com uma mulher diferente, que mandava degolar na manhã seguinte. Recebendo como mulher a Sherazade, esta iniciou um conto que despertou o interesse do rei em ouvir-lhe a continuação na noite seguinte. Sherazade, por artificiosa ligação dos seus contos, conseguiu encantar o monarca por mil e uma noites e foi poupada da morte.
Fica então a metáfora traduzida por Sherazade: A liberdade se conquista com o exercício da criatividade.

A praia – Muito diferente da nossa, cheia de pedras, o mar é escuro, violento, forte e selvagem. Vi algumas mulheres de burka caminhando pela areia, a cena é linda e surreal.



Quando penso em Casablanca, penso na Mesquita Hassan II... 

Enorme, desafiando o mar, seus mosaicos, seus portais, sua torre. É indescritível a visão, não nos cansamos de admirar e de caminhar por seus arcos, de agradecer a Deus por aquele momento.
 
Volto a repetir Deus esta vivo na CULTURA! 

Nas mãos que constroem os templos, nos arquitetos, nos pintores, nos músicos, nos bailarinos, nos artistas. Penso nas grandes obras dos homens como a Sagrada Família de Gaudí ou nos Azulejos da Pampulha feitos por Portinari. Deus esta sempre no coração de quem se entrega com paixão... E quer entrega maior do que esta?

Mas Deus também esta nas mãos de quem cozinha... Não tem como falar do Marrocos e deixar de lado a gastronomia marroquina... Divina!
Mas deixo isso para uma próxima postagem...
Hasta!


 

terça-feira, 29 de maio de 2012

Casablanca/Marrocos


Destino: Casablanca/Marrocos

 

Com uma mistura de ansiedade e euforia, embarquei em uma pequena aeronave (pequena mesmo – aquelas com dois bancos de cada lado) da Portugália Airlineas. 

 

Saímos eu e Renato de Lisboa rumo ao Norte da África. O voo foi tranquilo, apesar de mínima, a aeronave era super confortável e o serviço de bordo maravilhoso. 

 

Atravessamos o Atlântico e de repente...

 “Terra a Vista” 

 

Terra, aquela aridez que você não consegue vislumbrar nada da tonalidade verde. Interessante que quando me recordo dos rostos do Marrocos, associo a terra. Parece que a pele dos homens marroquinos é feita de barro, feita da aridez do deserto.

Um aperto no peito, uma sensação de “dejavu” tomou conta de mim. Chorei!

O Aeroporto de Casablanca, um dos mais simples que já vimos. Antigo, placas em francês e árabe desafiavam nosso entendimento. Naquele momento frente a frente com a polícia federal marroquina senti medo. 

 

Me lembrei de “O expresso da meia noite”...

Sinopse

Billy Hayes é um estudante dos Estados Unidos que visita a Turquia. Ao deixar o país, decide levar escondido consigo alguns pacotes de haxixe, prendendo-os debaixo da roupa.

O seu plano acaba por não dar certo e ele é preso no aeroporto. Sua vida transforma-se num pesadelo a partir de então, pois é brutalmente espancado e lançado numa prisão degradante.

Quando espera ser libertado, é levado a um novo julgamento com efeito retroativo, que muda a acusação de porte ilegal para tráfico e o condena a uma pena de 30 anos.

Importante frisar... Eu e Renato somos bem caretas, o máximo da nossa viagem é degustar novas cervejas ou experimentar alguma bebida típica. Totalmente NO DRUGS.

Então amigos sabe aquele medo de colocarem algo nas malas e a gente ir para uma prisão árabe sem chance de comunicação com a Embaixada Brasileira (só pensava nisso – lúdica minha pessoa, não?). Mas Graças a Alah o policial foi super gentil, em um francês horroroso apenas desejou: Bon Voyage!

Na chegada o choque... Eu era a mulher mais pelada do aeroporto! Olha que meu “look” – Jeans – Camiseta – Lenço – Botas, não ajudaram muito com o contexto ao meu redor. A mulher árabe tem olhos lindos, o rosto destacado com o véu mostra aquela beleza de raiz, olhos marcados com kajal preto e aquela feminilidade misteriosa.

 

Quando saímos da área de desembarque e nos deparamos com o saguão do aeroporto, bateu a estranheza. TUDO FECHADO! E era por volta das quatro horas da tarde e havia apenas um café aberto. Sentamos com aquele monte de malas (não contei, mas o Marrocos foi “Happy End” da nossa Trip), visualizem quanta muamba veio conosco da Europa! Pedi uma água pra Renato, *Detalhe - Meu companheiro de aventuras é mudo (brincadeira), nas viagens quem faz o papel da interprete “Soy Yo”, e sai em busca de uma pasta de dentes.

Seria uma tarefa fácil em qualquer lugar do mundo. Mas no Marrocos? Missão Impossível digna para TOM CRUISE. Achei uma farmácia, mas o pior foi ter que fazer mímica para a senhora me entender. Quando ela me mostrou a pasta de dente, tive a clara impressão de se tratar de um creme ginecológico! O pior foi o preço? Algo em torno de 20 reais. O Sabor? Argh... Descobri neste dia a causa do mal hálito de 80% dos Homens Marroquinos.

1ª Dica do Marrocos: Nunca deixe sua Close up em casa!

De volta ao Café... Ficamos no aguardo do “transfer” para o Idou Anfa (Hotel), a meta era desapegar das malas e desbravar o mundo mulçumano.

 

Cenas do próximo capítulo: “Rick Café”, Mesquita Hassan II e Mercado de Casablanca.

See You!




segunda-feira, 28 de maio de 2012

Não tão distante...

Quando olhamos o mapa mundi tomamos um susto... "Mundo vasto mundo"... Todos os pontos do Globo parecem distantes e aquele medo do desconhecido aperta o coração. Mas será que é tudo tão longe assim? Este blog tem como ponto de partida a cidade de Rio das Ostras. Poderíamos dizer pretensiosamente de RO para o MUNDO. Desde criança eu tinha um sonho conhecer o Marrocos? Poxa você deve estar se perguntando, mas porque o Marrocos? Simplesmente Humphrey Bogart e Ingrid Bergman e seu amor impossível em Casablanca. 

 

Você deve estar pensando... Olha a idosa que resolveu colocar a mochila nas costas. OPS! Deixa eu me apresentar: Tenho 33 anos, dois filhotes a Nina e o Luca (respectivamente três e dez anos), sou professora de dança, escrevo nas horas livres, apaixonada por leitura e enamorada pelo MUNDO. Mas voltando ao Marrocos, durante toda minha vida fiz pequenas viagens... Orlando, Buenos Aires, Porto Seguro, Santiago, Itacaré e tra,lá,lá,lá.... Lá estava minha fixação pelo Marrocos. Mas para chegar ao Marrocos preciso falar de outra grande paixão o Bon Jovi. Sim cheguei ao Marrocos por conta deles. Durante um período muito atordoado da minha vida profissional, a banda veio ao Brasil, e o meu companheiro de andanças Renato Côrtes (preciso de mais que um parágrafo para falar sobre este rapaz), me presenteou com um ingresso VIP para o show de São Paulo. Imaginem a minha felicidade, que se acabou no momento em que meu trabalho me enviou para um Congresso de Cultura em Buenos Aires. Você deve estar pensando: "Não foi tão mal assim" - Mas eu te digo: Foi péssimo!!! Desculpe-me a cidade porteña que tanto amo, e que sempre visito quando a saudade do El Carminito aperta. Mas deixar de estar em um show do Bon Jovi foi à morte pra mim. Cheguei a Bsas, cabisbaixa e ouvindo no rádio de todos os taxis "It's my life" (grande sucesso da banda), já que Jon e seus amigos tinham passado pela Argentina uma semana antes da minha chegada.

 

Bem quando retornei a minha casa, meu esposo, companheiro, amigo, parceiro, aquele que foi mais difícil de encontrar do que  a saída da Medina de Fes/Marrocos. Presenteou-me novamente com outro ingresso só que em Lisboa/Portugal. 

Falando de Renato:

Não tão distante...

Minha vida e a de Renato sempre estiveram próximas, quase que colada uma na outra, mas sabe o que faltou? Faltou o contato visual - Sim eu acredito em "amor a primeira vista", e com a gente aconteceu deste jeito. Só que Depois de mais de 25 anos de proximidade, aconteceu depois de um ano de namoro... E sei lá quanto tempo de conhecimento. Nós nos encontramos dentro da nossa vida, nos olhamos e percebemos: - Não dá pra seguir sem você! A partir daí começamos a seguir sim... Mas alem de R.O... Começamos a seguir pelo mundo... 

 

Preciso confessar algumas coisas a vocês... Existem três coisas que preciso aprender nesta vida, para concretizar este sonho:

Andar de Bicicleta

Nadar

Dirigir

Não ria! É sério e grave isso! Já disse que sou Bailarina Clássica? Então? Mas na minha infância troquei minha bicicleta Caloi Rosa por uma Arara Azul (pecado), como não conseguia aprender a andar, pedi para meu pai se desfazer da bicicleta (sou capaz de me equilibrar em uma sapatilha de ponta, mas não paro em pé em duas rodas). Amigos, meu pai foi com a bike e voltou com a Arara!!! A infeliz ave vivia em um poleiro de madeira, aquilo foi bacana em um dia, no segundo, hum... Mas depois, não sou a "Bruxa má do leste" (O Mágico de Oz), soltei o bichinho e ele saiu voando pelo centro da cidade de Campos dos Goytacazes (minha cidade natal).

 

Sobre nadar? Bem ao invés de natação, optei pelo Ballet (óbvio).

Dirigir... quatro DUDAS pagos e três desistências antes da prova teórica. Mas isso vai mudar só faltam três aulas para que eu passe desta fase. Conto com a vibração positiva de vocês!

Voltando ao mundo...

Viajar demanda duas coisas básicas: Tempo e Dinheiro

Descobri a América! 

Mas são duas coisas que não tenho, e agora?

Paciência! É a terceira coisa básica!

Determinação! É a quarta!

As outras coisas são: Encher o cofrinho, acompanhar as promoções das empresas aéreas, ler muito sobre TUDO e se possível juntar milhas... MUITAS MILHAS!!!!

Mas vocês devem estar querendo saber e o Marrocos?

Bem vou deixar pra amanhã... Mas o que posso te dizer que neste nosso projeto de volta ao mundo, o lugar + fascinante que já conhecemos foi a ISLA DE PASCUA na Polinésia Chilena. 

 

Nossa próximo destino? SALTA/Argentina

Então amigos? Nenhum lugar é tão distante assim...

See you!