Com uma mistura de ansiedade e euforia, embarquei em uma
pequena aeronave (pequena mesmo – aquelas com dois bancos de cada lado) da Portugália
Airlineas.
Saímos eu e Renato de Lisboa rumo ao Norte da África. O
voo foi tranquilo, apesar de mínima, a aeronave era super confortável e o
serviço de bordo maravilhoso.
Atravessamos o Atlântico e de repente...
“Terra a
Vista”
Terra, aquela aridez que você não consegue vislumbrar nada
da tonalidade verde. Interessante que quando me recordo dos rostos do Marrocos,
associo a terra. Parece que a pele dos homens marroquinos é feita de barro,
feita da aridez do deserto.
Um aperto no peito, uma sensação de “dejavu” tomou conta de
mim. Chorei!
O Aeroporto de Casablanca, um dos mais simples que já vimos.
Antigo, placas em francês e árabe desafiavam nosso entendimento. Naquele
momento frente a frente com a polícia federal marroquina senti medo.
Me lembrei de “O expresso da meia noite”...
Sinopse
Billy Hayes é um estudante dos Estados Unidos que visita a Turquia. Ao deixar o país, decide levar
escondido consigo alguns pacotes de haxixe, prendendo-os debaixo da roupa.
O seu plano acaba por não dar certo e ele é preso
no aeroporto. Sua vida transforma-se num pesadelo a partir de então, pois é
brutalmente espancado e lançado numa prisão degradante.
Quando espera ser libertado, é levado a um novo julgamento com efeito retroativo, que muda
a acusação de porte ilegal para tráfico e o condena a uma pena de 30 anos.
Importante frisar... Eu e Renato somos bem caretas, o máximo
da nossa viagem é degustar novas cervejas ou experimentar alguma bebida típica.
Totalmente NO DRUGS.
Então amigos sabe aquele medo de colocarem algo nas malas e
a gente ir para uma prisão árabe sem chance de comunicação com a Embaixada
Brasileira (só pensava nisso – lúdica minha pessoa, não?). Mas Graças a Alah o
policial foi super gentil, em um francês horroroso apenas desejou: Bon Voyage!
Na chegada o choque... Eu era a mulher mais pelada do
aeroporto! Olha que meu “look” – Jeans – Camiseta – Lenço – Botas, não ajudaram
muito com o contexto ao meu redor. A mulher árabe tem olhos lindos, o rosto
destacado com o véu mostra aquela beleza de raiz, olhos marcados com kajal
preto e aquela feminilidade misteriosa.
Quando saímos da área de desembarque e nos deparamos com o
saguão do aeroporto, bateu a estranheza. TUDO FECHADO! E era por volta das quatro
horas da tarde e havia apenas um café aberto. Sentamos com aquele monte de
malas (não contei, mas o Marrocos foi “Happy End” da nossa Trip), visualizem
quanta muamba veio conosco da Europa! Pedi uma água pra Renato, *Detalhe - Meu
companheiro de aventuras é mudo (brincadeira), nas viagens quem faz o papel da
interprete “Soy Yo”, e sai em busca de uma pasta de dentes.
Seria uma tarefa fácil em qualquer lugar do mundo. Mas no
Marrocos? Missão Impossível digna para TOM CRUISE. Achei uma farmácia, mas o pior
foi ter que fazer mímica para a senhora me entender. Quando ela me mostrou a
pasta de dente, tive a clara impressão de se tratar de um creme ginecológico! O
pior foi o preço? Algo em torno de 20 reais. O Sabor? Argh... Descobri neste
dia a causa do mal hálito de 80% dos Homens Marroquinos.
1ª Dica do Marrocos: Nunca deixe sua Close up em casa!
De volta ao Café... Ficamos no aguardo do “transfer” para o
Idou Anfa (Hotel), a meta era desapegar das malas e desbravar o mundo
mulçumano.
Cenas do próximo capítulo: “Rick Café”, Mesquita Hassan II e
Mercado de Casablanca.