sexta-feira, 1 de junho de 2012

Ruínas Romanas de Volubilis


 
Em toda minha vida nunca senti tamanho calor. A sensação é de falta de ar, nossos movimentos ficam lentos, posso dizer que até nosso raciocínio entra em processo “slow motion”. Partimos para Volubilis, o caminho é de terra e seco... 

Mas o visual é surreal, quando nos deparamos com os arcos romanos no alto da colina, sentimos o impacto do tempo e suas civilizações. E é arrebatador!

Dicas preciosas para quem vai visitar Volubilis:
Nunca vá ao sitio arqueológico entre 11hs e 15hs o calor é insuportável. Não existe sombra mesmo! São 20 minutos de caminhada, leve uma garrafinha de água, e vá ao banheiro antes de fazer o passeio. O banheiro que existe custa ¢2 (dois euros), e é imundo! Não existe nada em um raio de meia hora para comprar. Roupa confortável, tênis, muito protetor solar e boné ou chapéu.

Uma pequena referência sobre a história das Ruínas Romanas de Volubilis:
A antiga cidade de Volubilis fica de costas para um pico triangular que se salienta de Maciço Zerhoun. O local foi povoado e começou a prosperar com os reis mauritanos, do século III A.C. ao ano 40 D.C. Os templos deste período, bem como um estranho túmulo, foram desenterrados e saqueados.
Quando a Mauritânia foi anexada pelo imperador romano Cláudio em 45 D.C., Volubilis ascendeu ao estatuto de cidade livre, tornando-se uma das cidades mais importantes de Tingitana. Os edifícios públicos no bairro nordeste datam do século I e os que rodeiam o fórum datam do século II.
Depois de Roma se ter retirado da Mauritânia, no século III, a cidade regrediu. Era habitada por cristãos, mas foi islamizada quando Idrici I chegou em 788.
Curiosidade sobre Volubilis:
Devido sua proximidade com a Cordilheira Atlas, a cidade realizava um próspero comercio de animais selvagens (ursos e leões), estes animais eram destinados às arenas de gladiadores. Infelizmente esta prática levou a extinção destes animais no norte da África.
Não comentei ainda, mas a cada viagem sempre fazemos novas amizades. E no Marrocos não foi diferente... Conhecemos Dora e Zé Roberto, casal de cariocas que adotamos literalmente, ou eles nos adotaram?
A Dorinha nos acompanhou na subida para Volubilis, infelizmente subimos em um horário super impróprio, e o sol do verão marroquino nos castigou! 55° Graus sem sombra, sentíamos nosso suor evaporar. Felizmente o visual e a história de Volubilis valeram a pena.
Um conselho básico: Pague um guia para fazer o caminho com você! O Sitio é deserto e o Marrocos realmente tem um índice grande de violência ao turista. Subir acompanhado realmente é mais seguro, e facilita na identificação das ruínas dos prédios romanos.
A antiga cidade romana esta a cerca de 30 km de Meknés e a apenas 4 km de Moulay Idris (a cidade santa de Marrocos).  Do alto da colina de Volubilis, visualizamos a cidade de Moulay Idris, toda branca e em formato de um camelo. É uma linda imagem! 
O interessante deste lugar é a ótima conservação do sítio arqueológico, que apesar das ações do homem e da natureza como: Saques (todo mármore foi retirado das ruínas), o impacto do terremoto que destruiu Lisboa em 1755 e que refletiu no norte da África, a estrutura da cidade romana se mantem viva. É possível ver onde se situavam os fornos, lojas, banhos, casas pobres, casas mais ricas, como também muitas fontes e mosaicos.
Até mesmo um pênis esculpido em uma pedra, selando a entrada em uma casa.
Sugestivos estes romanos, não? Imagina-se que isso significava devoção a Priapo, deus da fertilidade, filho de Dionísio e Afrodite.
“Todos os caminhos levam a Roma” – A frase romana simboliza que o portal de saída de uma cidade romana direciona o caminho para o próximo domínio romano. 

Visitar Volubilis foi constatar a grandiosidade deste Império. Pensamos no homem, na sua capacidade de criar e dominar, a relação de poder e de perder. 

Ao redor de Volubilis a cordilheira Atlas assistiu as histórias dos homens que viveram ali nos diferentes séculos, tudo mutável, tudo terno... Eterno mesmo é a cadeia de montanhas e o deserto que cobre aquele solo... Nós homens? Nós estamos só de passagem...
Por onde passamos depois? Meknés!

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