Em toda minha vida nunca senti
tamanho calor. A sensação é de falta de ar, nossos movimentos ficam lentos,
posso dizer que até nosso raciocínio entra em processo “slow motion”. Partimos
para Volubilis, o caminho é de terra e seco...
Mas o visual é surreal, quando
nos deparamos com os arcos romanos no alto da colina, sentimos o impacto do
tempo e suas civilizações. E é arrebatador!
Dicas preciosas para quem vai
visitar Volubilis:
Nunca vá ao sitio arqueológico
entre 11hs e 15hs o calor é insuportável. Não existe sombra mesmo! São 20
minutos de caminhada, leve uma garrafinha de água, e vá ao banheiro antes de
fazer o passeio. O banheiro que existe custa ¢2 (dois euros), e é imundo! Não
existe nada em um raio de meia hora para comprar. Roupa
confortável, tênis, muito protetor solar e boné ou chapéu.
Uma pequena referência sobre a
história das Ruínas Romanas de Volubilis:
A
antiga cidade de Volubilis fica de costas para um pico triangular que se
salienta de Maciço Zerhoun. O local foi povoado e começou a prosperar com os
reis mauritanos, do século III A.C. ao ano 40 D.C. Os templos deste período,
bem como um estranho túmulo, foram desenterrados e saqueados.
Quando
a Mauritânia foi anexada pelo imperador romano Cláudio em 45 D.C., Volubilis ascendeu
ao estatuto de cidade livre, tornando-se uma das cidades mais importantes de
Tingitana. Os edifícios públicos no bairro nordeste datam do século I e os que
rodeiam o fórum datam do século II.
Depois
de Roma se ter retirado da Mauritânia, no século III, a cidade regrediu. Era
habitada por cristãos, mas foi islamizada quando Idrici I chegou em 788.
Curiosidade sobre Volubilis:
Devido sua proximidade com a Cordilheira Atlas, a cidade realizava
um próspero comercio de animais selvagens (ursos e leões), estes animais eram
destinados às arenas de gladiadores. Infelizmente esta prática levou a extinção
destes animais no norte da África.
Não comentei ainda, mas a cada viagem sempre fazemos novas
amizades. E no Marrocos não foi diferente... Conhecemos Dora e Zé Roberto,
casal de cariocas que adotamos literalmente, ou eles nos adotaram?
A Dorinha nos acompanhou na subida para Volubilis, infelizmente subimos em
um horário super impróprio, e o sol do verão marroquino nos castigou! 55° Graus
sem sombra, sentíamos nosso suor evaporar. Felizmente o visual e a história de
Volubilis valeram a pena.
Um conselho básico: Pague um guia para fazer o caminho com você! O
Sitio é deserto e o Marrocos realmente tem um índice grande de violência ao
turista. Subir acompanhado realmente é mais seguro, e facilita na
identificação das ruínas dos prédios romanos.
A antiga cidade romana esta a cerca de 30 km de Meknés e a apenas 4
km de Moulay Idris (a cidade santa de Marrocos). Do alto da colina de Volubilis, visualizamos a
cidade de Moulay Idris, toda branca e em formato de um camelo. É uma linda
imagem!
O interessante deste lugar é a ótima conservação do sítio arqueológico, que apesar das ações do homem e da natureza como: Saques (todo mármore
foi retirado das ruínas), o impacto do terremoto que destruiu Lisboa em 1755 e
que refletiu no norte da África, a estrutura da cidade romana se mantem viva. É possível ver onde se situavam os fornos, lojas, banhos, casas pobres, casas
mais ricas, como também muitas fontes e mosaicos.
Até mesmo um pênis esculpido em uma pedra, selando a entrada em uma
casa.
Sugestivos estes romanos, não? Imagina-se que isso significava devoção a Priapo, deus da fertilidade, filho de Dionísio e Afrodite.
Sugestivos estes romanos, não? Imagina-se que isso significava devoção a Priapo, deus da fertilidade, filho de Dionísio e Afrodite.
“Todos os caminhos levam a Roma” – A frase romana simboliza que o
portal de saída de uma cidade romana direciona o caminho para o próximo domínio
romano.
Visitar Volubilis foi constatar a grandiosidade deste Império. Pensamos no homem, na sua capacidade de criar e dominar, a relação de poder e de perder.
Ao redor de Volubilis a cordilheira Atlas assistiu as histórias dos homens que viveram ali nos diferentes séculos, tudo mutável, tudo terno... Eterno mesmo é a cadeia de montanhas e o deserto que cobre aquele solo... Nós homens? Nós estamos só de passagem...
Visitar Volubilis foi constatar a grandiosidade deste Império. Pensamos no homem, na sua capacidade de criar e dominar, a relação de poder e de perder.
Ao redor de Volubilis a cordilheira Atlas assistiu as histórias dos homens que viveram ali nos diferentes séculos, tudo mutável, tudo terno... Eterno mesmo é a cadeia de montanhas e o deserto que cobre aquele solo... Nós homens? Nós estamos só de passagem...
Por onde passamos depois? Meknés!
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